sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

COPACABANA e outro endereço ilustre



O bairro de Copacabana nem sempre foi tão visitada, seja por moradores cariocas, ou por visitantes, inclusive internacionais. Isso porque o bairro tinha um acesso complicado. Antigamente, o que havia lá era a pequena Igreja de Nossa Senhora de Copacabana e poucas chácaras e sítios perto da praia.Essa situação mudou em 1892, com a inauguração do Túnel de Copacabana (atualmente, Túnel Alaor Prata/Túnel Velho). Com ele, o bairro se integrou melhor com os outros cariocas...

...e se tornou local escolhido por muitos políticos, artistas e personalidades para morar.


Um endereço ilustre de Copacabana é o de...Abraham Medina,
na Rua Décio Villares, 265, Bairro Peixoto.

Em 30 de novembro de 1955 ele inaugurava o estabelecimento que seria sua marca registrada no Rio de Janeiro: a grande casa batizada como Rei da Voz, localizada nos números 30/40 da Rua Uruguaiana, o espaço antes ocupado pelo Rei das Louças.
Queria luxo, modernidade, visibilidade e diferenciação de todas as concorrentes, e assim dotou a loja de amplas fachadas e letreiros enormes. Nela havia de tudo, desde televisores, geladeiras, equipamentos de som e liquidificadores até um bar para descontração dos clientes, todos atendidos por dez vendedores, todos bem jovens e atraentes.
O Rei da Voz logo se tornou a maior rede de lojas do gênero do Rio de Janeiro, uma potência em recordes de vendas e pioneira na comercialização de discos e na venda de inéditos artigos de luxo na época.



Leia mais sobre esse NOSSO VIZINHO ILUSTRE... AQUI e ...caminhe pelos seus caminhos.


BOM PASSEIO!




sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Endereço ilustre de COPACABANA



Passear pelo bairro de Copacabana 
é encontrar endereços de pessoas 
que fizeram a história da cidade. 

Ruas e calçadas que conviveram com moradores, em tempos diferentes, como Carlos Drummond de Andrade, Maria Sabina de Albuquerque, Mário Lago, Dorival Caymi, Álvaro Moreyra, Clóvis Bornay e tantos outros

Mariazinha Guinle é uma delas. Casada com um dos irmãos Guinle -  Otávio Guinle, - irmãos que tanto fizeram pela Cidade Maravilhosa, construiu uma importante história carioca à frente do Copacabana Palace.



Em crônica no Jornal do Brasil, o jornalista Zózimo Barroso do Amaral a ela deu destaque


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BOM PASSEIO!

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Revisitando ...o Catete


 CATETE     

Bairro que se destaca pela quantidade de sobrados e casarões antigos construídos -  muitos deles tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) -  guarda a memória de uma época áurea, quando grandes produtores de café – principal produto de exportação brasileiro na virada do século XIX para o XX – fizeram ali suas mansões, a partir de 1840.

Quem escolheu o Catete para morar e por lá viveu com muito orgulho, 
foi o pintor carioca DI CAVALCANTI. 

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Certa vez Stanislaw Ponte Preta foi visitá-lo e a ele perguntou porque escolhera aquele ponto tumultuado. Di respondeu: 

" Porque ao chegar lá na rua, a qualquer hora, conheço todas as pessoas. Sei pelas caras o que elas fazem,o que elas pensam, o que elas riem, o que elas sofrem"


Clique  DI CAVALCANTI
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e ...caminhe pelos seus caminhos.

BOM PASSEIO!




quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Laranjeiras, Cosme Velho...bairros de muitos vizinhos ilustres ...





... como Machado de Assis, Augusto Rodrigues, Bárbara Heliodora, Eugênio Gudin, Almirante Tamandaré, tantos outros. Como a carioca Cecília Meireles.





















Passeando pelo bairro do Cosme Velho, revisitamos 
a primeira voz feminina de grande expressão na literatura brasileira, 
que tinha a musicalidade de seus versos, como uma das marcas do seu lirismo,

Clique e curta!

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Imagem relacionada

Na biblioteca de sua casa, 
no sobrado da casa contemplando a paisagem 
ou passeando e apreciando as belezas do bairro, 
como o Largo do Boticário, 
 Cecília conviveu com o Cosme Velho.

Bom passeio!

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Continuando o passeio ...


...por Ipanema, 

revisitamos...RUBEM BRAGA e  MILLÔR FERNANDES

O primeiro considerado o mestre da crônica, o outro dos maiores frasistas e 
em comum, o jornalismo, vizinhos, amigos, a maestria dos textos.


Millôr certa vez disse

" ...minhas relações de vizinhança com Rubem Braga... Quando eu fui trabalhar num extremo da praça (General Osório) ele já morava no outro. Ipanema era aprazível, tinha um gabarito de quatro andares (seis com pilotis e coberturas) e os edifícios do Rubem e o meu, por sua localização especial, eram dos pouco mais elevados. Do meu eu avistava Ipanema e o mundo. Inclusive a Lagoa Rodrigo de Freitas, o mar, o Corcovado e o Pão de Açúcar...O Rubem, do seu, dominava urbi et orbi e, mais importante do que tudo, me via! Todas as manhãs nos saudávamos, efusivamente. A distância não permitia troca de palavras mas trocávamos sinais semafóricos..."
                                                                                                                   desenho de Millôr




Clique para (re)ler Rubem Braga e Millôr Fernandes
e ...caminhe pelos seus caminhos.



Outra curiosidade:

Certa vez, Millôr reformou seu apartamento. O mestre de obras era um português de poucas letras. Ao ver a imensa pilha de livros retirada do escritório e amontoada no corredor, o português exclamou:”Quanta ignorância!”



BOM PASSEIO!




domingo, 1 de outubro de 2017

OUTUBRO...UM ANO DE BLOG





“A cidade do Rio de Janeiro precisa de sonho. 
Mas não basta sonhar. 
É preciso encarar o desafio de que 
a cidade precisa ampliar as vozes 
e os territórios que dizem 
o que é o sonho carioca”.

                                                     Marcos Faustini  - O Globo 28/08/2017


Ao completar um ano no ar, Nossos Vizinhos Ilustres lança um novo olhar sobre os endereços de personalidades que fazem parte da história do Rio e que este blog se propôs a resgatar.

Durante onze meses, apresentamos, semanalmente, personagens cariocas de nascimento ou de coração que, ao escolherem esta cidade como moradia, tiveram suas vidas ligadas à própria história da cidade.

Foram músicos, poetas, escritores, empresários, humoristas, selecionados segundo um tema mensal relevante, cujas vidas e obras, independente da época, fizeram do Rio a “Cidade Maravilhosa”, a começar pelo autor de nosso hino, o tão esquecido André Filho.

A partir deste mês, vamos recordar alguns destes ilustres moradores do Rio , segundo seu bairro de residência, imaginando a convivência desses personagens com seus vizinhos, às vezes em uma mesma quadra, e a possibilidade de que, a partir deste olhar, surjam novos roteiros culturais e turísticos da cidade. 

Desejamos a todos um bom passeio.
Memória é Vida. 

******


       Começamos... REVISITANDO IPANEMA     


Lugar preferido de muitos turistas,que seguem o roteiro  da praia famosa
e do estilo de vida descontraído que respira moda, gastronomia, bicicleta na ciclovia,
caminhadas e água de coco nos quiosques da orla.

Lugar para um novo roteiro de calçadas e ruas
onde (con)viveram muitos vizinhos ilustres. 

Como a parceria Tom Vinicius .

Sua canção GAROTA DE IPANEMA
composta em 1962, esse ano completa 55 anos.

Clique nos seus nomes, 
leia e/ou releia esses parceiros na vida e na canção,
e ...caminhe pelos seus caminhos.

BOM PASSEIO!





domingo, 24 de setembro de 2017

OLAVO BILAC


  . Rua Barão de Itambi , 35 - Botafogo 


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Jornalista e poeta foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e ocupou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon, em 1907 - a festa foi em 21 de julho -  Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, o carioca Olavo Bilac (1865-1918), autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.


Picture
revista O Malho

Olavo Bilac deu preferência às formas fixas do lirismo, sobretudo ao soneto. Suas poesias revelam uma grande emoção e um certo erotismo.

"Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira
E aplaque o meu desejo
Ferve-me o sangue:
Acalma-o com teu beijo."

Em seu primeiro livro, Poesias, encontram-se poemas famosos, entre eles o soneto Via Láctea - “Ora (direis) ouvir estrelas! ..."

Assinou, também, com os mais variados pseudônimos - entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc - excelentes matérias humorísticas e satíricas na imprensa do tempo do Império e dos primeiros anos da República.

O primeiro registro de Bilac na Confeitaria Colombo foi por ocasião do sexto aniversário da casa, quando faz um brinde registrado pela imprensa. Bilac que com seu grupo de literatos costumava frequentar a Confeitaria Paschoal - desentendeu-se com o gerente, prometendo nunca mais lá botar os pés - transferiu-se com todos os seus amigos da roda , a nata boêmia e literária da cidade, para a Colombo. 

Observadores inteligentes, com grande senso de humor e muita criatividade, os literatos boêmios foram os precursores da propaganda rimada e cantada. Olavo Bilac  fez muitos versinhos para a Confeitaria Colombo sob o pseudônimo de Puck.

Muita gente ía à Colombo para conhecer poetas e prosadores. Olavo Bilac foi a figura de maior brilho e prestígio literário na Colombo , "gentleman mais que perfeito", Bilac demonstrava a "poesia de viver" até no trajar.

" Os novos perdem o dom da palavra 
quando lhe apertam a mão 
pela primeira vez 
e os velhos falam-lhe 
como a um grande mestre"

                                                               Luis Edmundo, escritor e cronista da cidade

Ainda que nunca tenha deixado de se considerar um poeta, Olavo Bilac foi mudando suas atitudes e interesses ao longo de sua trajetória profissional. À parte o poeta, Bilac, entretanto, foi um dos mais expressivos jornalistas da virada para o século XX. Durante 20 anos escreveu para a imprensa, seja em pequenos jornais, grandes folhas ou revistas, sempre mostrando um texto marcante e moderno. Em milhares de crônicas, o ourives das palavras mostrou-se também um escritor de notícias.

Olavo Bilac viajava muito, mas sempre que regressava ao Brasil havia festa na Colombo. Ele dizia, aliás, que só se sentia mesmo no Brasil, quando por aqui pisava na Colombo. Por lá chegava às 5 da tarde - O poeta era tão pontual para os diários chás da cinco que os funcionários sempre acertavam os relógios da casa assim que ele chegava. - e preferia uma cadeirinha no canto esquerdo do salão térreo, quando " tomava cajuadas ou inundava-se de Caxambu", segundo o amigo Bastos Tigre.

Da população em geral, entretanto, Olavo Bilac tinha os aplausos, sendo mesmo uma celebridade da Belle Époque. A chegada do poeta parava a confeitaria Colombo, onde era idolatrado. 

Eram tempos em que venerava-se o Barão do Rio Branco; aplaudia-se Rui Barbosa; amava-se Olavo Bilac.



Na festa da Colombo, em 1955, quando houve o centenário de nascimento de Olavo Bilac, este foi homenageado com uma placa comemorativa na entrada da casa.
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No Passeio Público, há um busto em bronze e granito de Petrópolis, de Olavo Bilac, feito pelo artista Humberto Cozzo.

Olavo Bilac faleceu aos 53 anos. Dois anos antes se encontrou, em uma mesa da Colombo, com Carlos Maul Lima Barreto, amigos da roda, para dali partirem até o cartório do tabelião que lavrou seu testamento. Solteiro, sem herdeiros, Bilac deixou 300 mil réis de vencimentos como Inspetor aposentado, para sua irmã Cora.





Olavo Bilac foi nosso vizinho ilustre de Botafogo, à Rua Rua Barão de Itambi, 35, terreno onde hoje existe o novo prédio da Fundação Getúlio Vargas.













Bilac em seu escritório e nas escadas à porta de sua casa

Uma curiosidade

Martins Fontes, com muita graça e no seu estilo tão próprio, relata no livro Colar Partido um caso curioso, que teve a participação de Bilac e seus companheiros.

"Bilac tinha o gênio da pilhéria. Uma vez fomos à sua casa numa das nossas visitas literárias. Resolvemos fazer-lhe uma farsa e tomamos ares circunspectos. Bilac recebeu-nos sem saber do que se tratava, mas porque tinha o dom divinatório, friamente, interrogou: 

– De que se trata, meus caros senhores?
Goulart de Andrade então lhe disse: 
– Caro chefe, o nosso partido vem oferecer-lhe a presidência da República, para salvarmos a pátria.
 Bilac aceitou o posto de sacrifício. E começamos os trabalhos para a organização do ministério. 
A equipe era só de intelectuais:

Coelho Neto – Ministério da Marinha
Thomas Lopes – Ministério das Relações Exteriores
Raymundo Correia – Ministério da Justiça
Goulart de Andrade – Ministério da Aviação
Alberto de Oliveira – Ministério da Agricultura
Luís Delfino – Ministério das Finanças
Gregório Fonseca – Ministério da Guerra
Marcolino Fagundes & Guimarães Passos - Secretários do Presidente
Martins Fontes – Saúde Pública
Leal de Souza – Chefatura de Polícia
Annibal Theophilo – Central do Brasil
Augusto Maia – Instrução Pública
Nélson Líbero – Banco do Brasil
Alcides Maya – Biblioteca Nacional
Henrique de Holanda – Introdutor Diplomático 
Bastos Tigre – Instituto Nacional de Música "

domingo, 17 de setembro de 2017

JOSÉ LINS DO REGO


  . Rua General Garzon,  10  - Jardim Botânico  

Imagem relacionadaFrequentador assíduo da Confeitaria Colombo, José Lins do Rego ( 1901-1957) é considerado um dos maiores ficcionistas da língua portuguesa e mestre do regionalismo. O escritor assim se descrevia:
“Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos, e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudade do sol, se faz calor, tenho saudade da chuva. Tenho os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim continue”.
José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fazendeiros e foi criado pelo avô em um engenho de açúcar no interior da Paraíba. Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se em memórias e reminiscências e descreve um sistema econômico de origem patriarcal, abordando também outros temas da cultura nordestina como o cangaço e o misticismo do povo.

Casa do Engenho do Corredor, Pilar- Paraíba.
Local de 
nascimento de José Lins do Rego. 


Em 1912, publicou seu primeiro artigo em um jornal de João Pessoa, e, em 1920, já estudante de direito em Recife, passou a assinar uma coluna literária no jornal “Diário do Estado da Paraíba”. Seu primeiro livro, publicado em 1932 e custeado com recursos próprios, foi “Menino do Engenho”, que recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha e tornou-se um grande sucesso.

Nascido no Engenho Corredor, no município de Pilar, em 1901, formou-se advogado no Recife, trabalhou em Manhuaçu, MG, como promotor público, em Maceió, como fiscal de bancos, até ser nomeado fiscal de consumo, em 1935, e ser transferido para o Rio de Janeiro, onde foi nosso vizinho ilustre em dois bairros: Botafogo e Jardim Botânico. Residiu primeiro na Rua Álvaro Chaves, em Botafogo. E, depois, por muitos anos no Jardim Botânico, meio Lagoa, em uma casa construída pela família, na Rua General Garzon, 10, que é tema do livro “Garzon 10 e outras histórias” de autoria de sua filha, a embaixatriz Maria Christina Veras, e onde funcionou por muitos anos a Escola do Pão.



desenho da fachada da casa da General Garzon,
quando era residência de José Lins do Rego



 casa da General Garzon, nos últimos tempos,
como Escola do Pão, antes da demolição


A casa era tratada como uma extensão do latifúndio do avô, no qual fora criado no Nordeste. Uma parte dos móveis vieram de lá. Duas cadeiras, mesa e um sofá e na cozinha, na falta de um relógio de parede, posava um Patek Philip de bolso em ouro que também ficara de herança. Uma casa do tempo em que as casas tinham galinheiros e os cavalos do Jockey passeavam tranquilamente pelas ruas.
A partir da publicação de seu segundo livro, “Doidinho”, o escritor foi contratado pela Editora José Olympio e passou a publicar um romance por ano: “Banguê”, em 34, “O Moleque Ricardo”, em 35, “Usina”, em 36, “”Pureza”, em 37, “Pedra Bonita”, em 38, e “”Riacho Doce”, em 1939, tema de uma minissérie da TV. “Histórias da Velha Totonha”, ilustrado pelo famoso artista plástico Santa Rosa, foi seu único livro destinado ao público infantil.

Destacou-se como cronista, tendo assinado mais de mil e quinhentas crônicas, entre 1945 e 1957. Em sua coluna “Conversa de Lotação”, publicada em O Jornal, da cadeia dos Diários Associados, tratava tanto sobre a cidade quanto sobre os filmes que assistia nos cinemas.

Já em sua coluna do Jornal dos Sports, “Esporte e Vida”, falava sobre futebol, tema que galvanizava o então Distrito Federal.


Jose Lins do Rego e Zizinho


José Lins do Rego foi responsável por fomentar esta discussão diária sobre futebol,
 com a criação de uma confraria de torcedores do Flamengo,
chamada Dragões Negros.

José Lins do Rego Flamengo - Pesquisa Google
José Lins do Rego e o "manto sagrado"

Se sua confraria literária se reunia na Livraria José Olympio, situada na Rua do Ouvidor, a confraria esportiva se reunia na Confeitaria Colombo, na Gonçalves Dias, reunindo, em uma mesa cativa, personalidades ilustres ligadas ao clube, como Ary Barroso, Fadel Fadel, Gilberto Cardoso.


Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1956, viu sua obra traduzida para outros idiomas, adaptada para o teatro, para o cinema e para a TV, e tornou-se um escritor de grande prestígio. “Fogo Morto” - publicado em 1943 é considerado sua obra-prima e “Cangaceiros”, publicado em 1953 e ilustrado por gravuras de Cândido Portinari, foi seu último romance, enquanto “Meus Verdes Anos”, um livro de memórias, foi sua derradeira obra, publicado em 1956, um ano antes de sua morte no Rio de Janeiro.








Curiosidade:

Em seu discurso de posse na ABL, referiu-se ao seu antecessor, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ataulfo de Paiva, como alguém que “chegou à Academia sem nunca ter gostado de um poema”. A partir desta fala, todos os seus discursos na ABL passaram a ser previamente censurados.




sábado, 9 de setembro de 2017

ELOY JOSÉ JORGE

  . Rua Aprazível, 189 - Santa Teresa  


Eloy José Jorge (1880 - 1963),  lusitano da região do Porto,  chegou sem tostão ao Brasil do início do século 20, seguindo o caminho de outros milhares de jovens portugueses de seu tempo: o comércio.

Assim, começou a trabalhar com o tio, Joaquim Borges de Meirelles - o outro fundador e sócio de Lebrão - na tradicional Confeitaria Colombo. Por lá trabalhou duro, fez de tudo um pouco. Até dormia na confeitaria, como outros empregados - sem distinção -  no andar destinado ao alojamento dos funcionários, economizou, chegou a interessado e, por fim, virou dono do negócio. Dono da Confeitaria Colombo.

Com o afastamento de Manoel Lebrão da sociedade da Colombo, em 1919, se seguiu nova formação administrativa capitaneada por outros dois portugueses: Eloy José Jorge e Antonio Ribeiro França, conhecidos como França e seu Jorge, de estilos diferentes, mas que formaram a soma perfeita de estilo que a confeitaria precisava pra expandir.

Seu Jorge, tornou-se a cabeça empresarial, imprimindo à administração o cuidado nos detalhes, a exigência em todos os segmentos e o temperamento inventivo. Foi o homem dos bastidores, que implementou novidades, lançamentos e inovações.

Assim nasceu em 1916 a Geléia de Mocotó, inicialmente fabricada para consumo apenas dos clientes, em 1919 o Creme de Arroz Colombo e outro produto de fabricação pioneira, o Leque - gaufretes - receita trazida da França por seu Jorge, o marrom glacê. Surgiram o salão de chá do segundo andar, em 1922,antes um depósito, que se tornou ponto elegante, com acesso por elevador, uma novidade à época; na década de 30 a abertura da extensão do armazém no prédio da rua 7 de Setembro, que internamente se interligava em "L" aos salões da Gonçalves Dias; nos anos 1940 o crescimento da fábrica para o complexo da Saúde.


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Foi com Eloy Jorge que se deu a caminhada da Confeitaria Colombo atrás dos novos caminhos da Zona Sul e surgiu a Confeitaria Colombo de Copacabana, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 890, inaugurada em 18 de abril de 1944. Hoje no local está uma agência do Banco do Brasil, que leva o nome da confeitaria: agência Colombo.

 Homem que percorreu uma ascensão de imigrante pobre a empresário vitorioso, Eloy José Jorge foi nosso vizinho ilustre de Santa Teresa, à rua Aprazível, 189. Sua residência é preservada até hoje pela família.


Outro legado arquitetônico que Jorge deixou à cidade, infelizmente ruiu.



O Edifício Colombo na Avenida Treze de Maio, no centro carioca,  virou entulho sob o impacto da queda do prédio vizinho, Edifício Liberdade, há 5 anos atrás, onde estava sendo realizada obra cheia de irregularidades.

Eloy mandou erguer esse prédio - uma das joias do estilo art déco no Rio, que Jorge batizou  com o nome do negócio querido: Colombo. 

O prédio de dez andares no centro do Rio, nos fundos do Theatro Municipal, foi erguido em 1938. O encarregado do projeto foi o arquiteto Paulo Santos, da empresa Pires&Santos e Cia. Segundo o Guia da Arquitetura Art Déco no Rio de Janeiro, editado pela prefeitura em 2000, o prédio combinava resquícios "de típica decoração art déco (frisos, escotilhas)" com "características modernas, como (...) predominância de vazios sobre cheios (...) restritos aos pilares estruturais e vigas (...)".

Eloy José Jorge morreu aos 83 anos,em 1963, em sua casa, quando, ainda na ativa, preparava-se para ir para o trabalho.

Curiosidade

A filial de Copacabana foi um sonho acalentado por  Eloy Jorge.

Certa vez ao passar pelo bairro viu duas casas velhas em uma esquina do bairro e, para espanto dos que o acompanhavam, decidiu, com sua objetividade, que iria comprá-las, derrubá-las e construir ali um edifício, cuja loja seria a  Confeitaria Colombo de Copacabana. Com viagem marcada, deixou orientação para a concretização do negócio. Ao voltar, nada tinha sido feito. Não tinham acreditado na sua audaciosa proposição.

Rapidamente, então retomou o negócio, concretizou a compra, demoliu as casas e deu inicio à nova Colombo.


sábado, 2 de setembro de 2017

MANOEL JOSÉ LEBRÃO



  . Rua Cândido Mendes , 86 - Glória  


Morador da Glória, bairro que o homenageou dando seu nome a uma de suas pequenas travessas, Manoel José Lebrão (1868 -1933)  foi um dos fundadores da Confeitaria Colombo, símbolo do glamour do Rio da Belle Époque e parte da história desta cidade e do Brasil.

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Há 123 anos, no dia 17 de setembro de 1894, Manoel Lebrão abria, na Rua Gonçalves Dias 32/36, as portas da confeitaria que se transformaria em um dos principais ícones cariocas. Ele foi o mentor, criador, fundador e dono da Colombo, eleita um dos 10 mais belos cafés do mundo.

Nascido no Minho, em Portugal, Lebrão chegou ao Brasil em 1881, aos 13 anos de idade, e iniciou sua trajetória profissional no ramo da pastelaria na Confeitaria Carioca, onde atuou até 1894, quando fundou a Confeitaria Colombo, em sociedade com Joaquim Borges de Meirelles. Sua decoração art nouveau compara-se ao que existe de melhor e mais representativo deste estilo na Europa: reluzentes espelhos belgas, belíssimo mobiliário em jacarandá e bancadas de mármore italiano, decoram esta confeitaria que, desde 1983, está inscrita no Patrimônio Histórico e Artístico do Rio de Janeiro.


Ainda hoje, mantendo sua tradição de bons serviços, a Confeitaria Colombo é um dos atrativos culturais e turísticos mais famosos da Cidade Maravilhosa.

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Honra da casa, a máxima o freguês tem sempre razão foi filosofia ali criada e implantada pelo velho Lebrão. Também por Lebrão a confeitaria foi a primeira a adotar uniforme para funcionários, o quilo, como medida de referência, a primeira a dar férias aos seus funcionários e percentuais dos lucros, além dos salários. Todos os avanços que pudessem melhorar seu negócio, Lebrão observava cuidadosamente. Até inovações de sabores como a omelete que leva tomate, queijo-de-minas e orégano, criação sua.
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" Pai da Roda, Papai Lebrão
era como lhe chamavam
porque esquecia dívidas,
servia doses duplas por doses simples,
ouvia a todos,
contornava discussões e brigas,
pagava o bonde,
emprestava dinheiro e
aceitava como pagamento de contas
anúncios em versos exaltando a Colombo."



Ponto de encontro de escritores, jornalistas, poetas, artistas e políticos e integrada ao cotidiano da cidade, então capital da República, a Confeitaria Colombo era considerada uma extensão da Academia Brasileira de Letras. Era a casa preferida de nomes como Olavo Bilac, Machado de Assis, José do Patrocínio, João do Rio, Chiquinha Gonzaga, Washington Luiz, Epitácio Pessoa, José Lins do Rego, Getúlio Vargas, Heitor Villa Lobos, Juscelino Kubitschek e muitos outros, servindo de palco para inúmeros debates e até mesmo decisões históricas e políticas.

Foi também espaço de recepções memoráveis a visitantes ilustres do Brasil, como o rei Alberto da Bélgica, em 1920, e a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968, imortalizada na literatura e no cinema nacional, como cenário de diversos livros e filmes, e consagrada na música popular com a famosa marchinha de carnaval “Sassaricando”, sucesso de 1952, na voz da vedete Virgínia Lane, sua frequentadora assídua.

Resultado de imagem para manoel lebrãoLebrão não foi apenas o fundador da Colombo e o maior produtor de marmelos de Teresópolis, cidade onde deixou marcas profundas e é benemérito. Além da Quinta Lebrão, elegante mansão construída com as mesmas linhas de sua casa da aldeia de Sopo, em Portugal, ele foi também o responsável pela construção, naquela cidade serrana, da Escola Higino da Silveira, cujo projeto é réplica do Hospital de Cerveira.


Pelo seu valor como empresário, Manoel Lebrão recebeu diversas homenagens, tanto no Brasil como em Portugal:

- em 2001, uma estátua lhe foi erigida em Vila Nova de Cerveira, em frente ao hospital de Cerveira, na avenida que leva seu nome;

- ele também empresta seu nome à Travessa Manoel Lebrão, na Glória, bairro onde foi nosso vizinho ilustre, à Rua Cândido Mendes , 86.


e à Rua Manoel José Lebrãoem Teresópolis;

- foi um dos benfeitores do Real Gabinete Português de Leitura no RJ;

- a empresa de Lebrão foi uma das primeiras empresas a apoiar a criação da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria, criada em 1867, e um dos maiores financiadores da Santa Casa de Misericórdia.

Quando saiu do empreendimento, Manoel Lebrão deixou a Confeitaria Colombo nas mãos de Eloy José Jorge, sobrinho de Meirelles e mais dois sócios, ex-funcionários, que tocaram o negócio adiante e ampliaram o sucesso.


sexta-feira, 1 de setembro de 2017



Neste mês o tema é a carioca
Confeitaria Colombo,
a aniversariante do dia 17 de setembro.

Lugar abençoado que contemplou duas viradas de século 
marco do comércio carioca  que se iniciou como uma fábula:

"ERA UMA VEZ DOIS PORTUGUESES:
Manoel e Joaquim..."


... e se tornou uma história de sucesso empresarial, 
intimamente ligado à vida da cidade e seus moradores.

NOSSOS VIZINHOS ILUSTRES DE SETEMBRO são
personalidades ligadas  a essa história.

Manoel José Lebrão
Eloy José Jorge
José Lins do Rego
Olavo Bilac




sábado, 26 de agosto de 2017

NEWTON MENDONÇA


  . Rua Prudente de Moraes, 1033  - Ipanema  



Carioca, Newton Mendonça - Newton Ferreira de Mendonça -   (1927/1960) foi importantíssimo para o surgimento da Bossa Nova.Aluno de piano mais constante do maestro Villa-Lobos, começou sua trajetória como pianista de orquestra e de boate.


Teve sua primeira música gravada, Você Morreu Pra Mim, parceria com Fernando Lobo, gravada pela sambista Dora Lopes.




“No final da década de quarenta,
a música de Newton Mendonça já era muito diferente
daquela que se fazia à época.
Uma nova estrutura harmônica integrava-se
a uma melodia bela e surpreendente ...
efeitos inéditos...
Era o prenúncio de uma nova música, de uma revolução que se conforma e eclode no final dos anos 50: a Bossa Nova.”

Marcelo Câmara
                       (livro CAMINHOS CRUZADOS)

Da amizade com Tom Jobim surgiu uma das parcerias que mais se destacaram naquela época, renovando o ambiente musical existente e criando uma nova linguagem, que denominariam mais tarde como Bossa Nova. Tom e Newton, não tinham noção da proporção que iria tomar aquelas belas horas de descontração dos dois pianistas.  O início dessa história começa em 1957, com a música Foi a Noite, na voz de Agostinho dos Santos, considerado por alguns especialistas como marco inicial da Bossa Nova.



Newton Mendonça nasceu no bairro do Cachambi, à Rua Capitão Rezende, 78, morou na infância em Todos os Santos, na Rua José Bonifácio, 44 e mudou-se na adolescência para a zona Sul. Morou em Botafogo, Copacabana e  no bairro que marcou sua vida: Ipanema. 





Newton Mendonça foi nosso vizinho ilustre de Ipanema, na Rua Nascimento Silva , na Rua Barão da Torre e depois na Rua Prudente de Moraes, 1033, apartamento onde compôs grande parte de sua obra. No atual prédio desse endereço tem uma placa.




Newton Mendonça compôs 40 músicas e quase todas foram sucesso. Formou com Tom Jobim o par perfeito em harmonia, melodia e inspiração: a dupla " New-Tom". E com ela veio Meditação, Caminhos Cruzados, Discussão, Só Saudade, Samba de Uma Nota Só, Desafinado, Incerteza, Teu castigo, Perdido nos teus olhos, Luar e batucada, Brigas, Domingo azul do mar, Tristeza, Sem você, e por aí vai...

Como Newton ouvia muito jazz e música erudita, entendia que a margem para improvisos nesse ritmo novo que surgia, era importante e podia ficar lindo.  Samba de Uma Nota Só, é um exemplo disso. Tão simples que Tom não acreditava que fosse dar certo.



Newton tem mais de quinze canções sem parceiros, dentre elas: Canção do Azul, Seu Amor Você, O Tempo Não Desfaz, Nuvem, Canção do Pescador- que ganhou o troféu Noel de Ouro, primeiro lugar na Festa da Música Popular, em 1960, no balneário paulista do Guarujá. Festival precursor do modelo de festivais que as TVs Excelsior e Record fariam.


E há ainda 9 canções inéditas com Vinicius de Moraes e por volta de 20 canções com Tom Jobim.

O músico morreu aos 33 anos em 1960, sem ver o sucesso mundial da Bossa Nova.


Curiosidade

No filme Desafinados, produzido em 2006 e dirigido por Walter Lima Jr., o ator Rodrigo Santoro abre com uma música inédita, QUERO VOCÊ, não editada (porém autorizada), de Newton Mendonça e Tom Jobim.




sábado, 19 de agosto de 2017

GAROTO


  . Rua Constant Ramos , 30 - Copacabana  

Imagem relacionadaAníbal Augusto Sardinha , músico que ganhou o apelido de Garoto (1915 – 1955) porque já tocava na rádio como “moleque do banjo” e “garoto do banjo”, quando tinha ainda 11 anos.

Quando se fala em Garoto, lembra-se logo do autor de Gente Humilde e Duas Contas. Mas ele foi muito mais que isso.





Imagem relacionadaJá no início da carreira, nos anos 1930, nos Estados Unidos  passou a acompanhar, como convidado, Carmen Miranda e o Bando da Lua. (Garoto, primeiro à esquerda, em pé).
Gravou com Carmen e pra ela destacam-se os arranjos para as músicas South American Way , Touradas em Madri, O que é que a baiana tem?

Nos EUA, Garoto foi ouvido por ilustres músicos americanos, como Duke Ellington, Art Tatum e Jesse Crawford, que o chamou de “O Homem dos Dedos de Ouro”.

Com seu conjunto vocal e instrumental chamado Garoto e Seus Garotos, acompanhou diversos artistas como Ciro Monteiro, Dircinha Batista, Aracy de Almeida, Orlando Silva e Francisco Alves; tocou com a pianista Carolina Cardoso de Menezes, participou com seu violão dos dois primeiros discos de Luiz Gonzaga, até a partir de 1942, iniciar o período mais fértil da sua vida artística, estreando na Rádio Nacional.
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 A participação de Garoto na Rádio Nacional foi intensa: além de atuar em Um Milhão de Melodias como integrante da orquestra e, muitas vezes, como solista, tinha os próprios programas: Garoto e seus Instrumentos e Garoto e Seus Solos. Além disso, integrava a Orquestra All Stars, dirigida pelo maestro Carioca, apelido de Ivan Paulo.

Seu violão se tornou marcante.

"Foi ele quem primeiro adotou no violão 
os acordes dissonantes 
com os chamados intervalos de sétima maior, 
nona e décima terceira, 
assim como os intervalos aumentados, 
que tanto se popularizaram no
Brasil a partir da Bossa Nova."

 Baden Powell, Raphael Rabello, Paulo Bellinati, Yamandu Costa e Marcus Tardelli, só para citar alguns dos maiores violonistas brasileiros, consideraram Garoto como o pai do violão moderno, o reformulador da linguagem harmônica do violão.


Formou o conjunto Bossa Clube, depois o conjunto Clube da Bossa que se apresentavam na Rádio Nacional, sendo o Clube da Bossa às terças-feiras às 17:45, oferecendo aos seus ouvintes uma série de arranjos modernos,e, como crooner exclusivo, Lúcio Alves.

Nos anos 1950, Garoto conviveu intensamente com alguns dos nomes que se destacaram na Bossa Nova. Luiz Bonfá, Dick Farney, o quarteto vocal Os Cariocas,Tom Jobim, Billy Blanco, Dolores Duran, Johnny Alf, Sylvia Telles, Candinho, Luiz Eça, Chico Feitosa e Carlos Lyra eram admiradores de Garoto, de suas harmonias inovadoras e de suas composições que prenunciavam aquele movimento.

Paulista de nascimento, foi criado no subúrbio de Lins de Vasconcelos, morou em Braz de Pina, e depois migrou para a Zona Sul. Foi nosso vizinho ilustre de Copacabana, na Rua Constant Ramos 30 apartamento 1002.



 “Quando apresento esta obra no exterior, todos perguntam se é minha e em que ano a fiz. Sem esconder, digo que foi produzida em 1923 pelo fenomenal gênio brasileiro das cordas, cujo nome artístico é Garoto. Não o conheci, mas Garoto, humildemente, suplico a sua benção. Quanto orgulho tenho de ser brasileiro, bem como da brasilidade musical de ser e interpretar um gênio das cordas,
como foi você, Garoto!"

                                                  violonista Yamandu Costa



Curiosidade

A parceria com Manuel Bandeira.

O jornal Última Hora, em edição de 02/05/1955, véspera da morte de Garoto, deu a seguinte nota, com o título “Garoto vai gravar”:“Garoto, o do violão (São Paulo Quatrocentão), vai gravar, dentro de poucos dias, duas novas músicas na Odeon. Trata-se, de um lado, de Tema e Variações, de Manuel Bandeira e, do outro lado, Ausência, de Edna Savaget.”

A inusitada parceria entre Bandeira e Garoto aconteceu da seguinte maneira: numa reunião musical na casa de Fernando Tude de Souza, então diretor da Rádio Ministério da Educação, o violonista encontrou o poema de Manuel Bandeira, Tema e Variações, numa das páginas da revista Café Society.

Sentindo-se tocado pelo poema, Garoto o musicou em menos de meia hora. Em uma das reuniões do Clube dos Amigos do Samba, realizada no Automóvel Clube do Brasil, Garoto fez uma gravação desta música para oferecer ao poeta

(“Bandeira sambista”, Correio da Manhã, 26/03/1955, Flagrantes).