. Rua do Roso, 79 (atual Rua Coelho Neto) - Laranjeiras
Henrique Maximiniano
Coelho Neto (1864-1934) foi escritor, político, professor brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira, nela ocupando a
cadeira nº 2.
É considerado o pioneiro a usar a expressão
Cidade Maravilhosa.
Embora circulem outras versões para o nascimento da expressão, há registros de que ela foi criada mesmo pelo escritor no artigo “Os sertanejos”, publicado no jornal A Notícia, de 29 de outubro de 1908, que depois a inseriu, em 1928, no seu livro chamado Cidade Maravilhosa,com uma série de crônicas sobre o Rio de Janeiro.
A outra versão para a expressão Cidade Maravilhosa diz que surgiu em 1913, no livro de poemas
La Ville Merveilleuse, da escritora francesa
Jane Catulle-Mendès, que visitara o Rio dois anos antes. A mesma expressão foi também utilizada para batizar o programa radiofônico
“Crônicas da Cidade Maravilhosa”, no início da década de 1930 por César Ladeira, na Rádio Mayrink Veiga.
Coelho Neto iniciou sua carreira no jornal Gazeta da Tarde e prosseguiu-a no diário Cidade do Rio, de propriedade de José do Patrocínio - dedicado à pauta antiescravagista - e depois no Diário de Notícias, de Rui Barbosa. Formou com mais alguns amigos o grupo da "boemia literária" do Rio de Janeiro, do qual faziam parte Olavo Bilac, Luís Murat, Guimarães Passos e Paula Ney. A história dessa geração apareceria depois em seus romances
A Conquista e
Fogo Fátuo.
De sua extensa obra literária -composta por mais de cem livros e aproximadamente 650
contos - destacamos um soneto que se tornaria famoso "Ser Mãe".
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!
Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
Coelho Neto, nosso vizinho ilustre, morou no início do seu casamento, com a mulher
Maria Gabriela em uma pequena casa na
Rua Silveira Martins, no bairro do
Catete.
Depois, o casal mudou-se para Campinas e no seu retorno ao Rio, três anos depois, viveu no
Hotel Metrópole, que ficava na
Rua das Laranjeiras nº 519 , em
Laranjeiras, que hoje não mais existe.
Como a vida em hotel cansa , em 1905 Coelho Neto
alugou uma casa na
Rua do Roso, 79 (atual Rua Coelho Neto)
esquina
com Pinheiro Machado, em
Laranjeiras, na qual viveu até morrer.
Sua herma, obra do escultor português Pinto do Couto, ficava na praça Areal,
no bairro de Coelho Neto. A estátua foi furtada na década de 80, tendo sido substituída apenas em 2011 por outra de autoria do escultor Joás Pereira dos Passos. Ela permanece no mesmo local, que desde 1949 recebe o nome de Praça Professora Virginia Cidade.
Curiosidade
Coelho Neto cultivou praticamente todos os gêneros literários e foi, por muitos anos, o escritor mais lido do Brasil, principalmente nas primeiras décadas do século XX, tendo provavelmente a sua maior consagração ao ser nomeado, em votação aberta ao público promovida pela revista O Malho, o "Príncipe dos Prosadores Brasileiros", em 1928.