domingo, 24 de setembro de 2017

OLAVO BILAC


  . Rua Barão de Itambi , 35 - Botafogo 


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Jornalista e poeta foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras e ocupou a cadeira 15, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon, em 1907 - a festa foi em 21 de julho -  Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac, o carioca Olavo Bilac (1865-1918), autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.


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revista O Malho

Olavo Bilac deu preferência às formas fixas do lirismo, sobretudo ao soneto. Suas poesias revelam uma grande emoção e um certo erotismo.

"Quero um beijo sem fim,
Que dure a vida inteira
E aplaque o meu desejo
Ferve-me o sangue:
Acalma-o com teu beijo."

Em seu primeiro livro, Poesias, encontram-se poemas famosos, entre eles o soneto Via Láctea - “Ora (direis) ouvir estrelas! ..."

Assinou, também, com os mais variados pseudônimos - entre os quais os de Fantásio, Puck, Flamínio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otávio Vilar, etc - excelentes matérias humorísticas e satíricas na imprensa do tempo do Império e dos primeiros anos da República.

O primeiro registro de Bilac na Confeitaria Colombo foi por ocasião do sexto aniversário da casa, quando faz um brinde registrado pela imprensa. Bilac que com seu grupo de literatos costumava frequentar a Confeitaria Paschoal - desentendeu-se com o gerente, prometendo nunca mais lá botar os pés - transferiu-se com todos os seus amigos da roda , a nata boêmia e literária da cidade, para a Colombo. 

Observadores inteligentes, com grande senso de humor e muita criatividade, os literatos boêmios foram os precursores da propaganda rimada e cantada. Olavo Bilac  fez muitos versinhos para a Confeitaria Colombo sob o pseudônimo de Puck.

Muita gente ía à Colombo para conhecer poetas e prosadores. Olavo Bilac foi a figura de maior brilho e prestígio literário na Colombo , "gentleman mais que perfeito", Bilac demonstrava a "poesia de viver" até no trajar.

" Os novos perdem o dom da palavra 
quando lhe apertam a mão 
pela primeira vez 
e os velhos falam-lhe 
como a um grande mestre"

                                                               Luis Edmundo, escritor e cronista da cidade

Ainda que nunca tenha deixado de se considerar um poeta, Olavo Bilac foi mudando suas atitudes e interesses ao longo de sua trajetória profissional. À parte o poeta, Bilac, entretanto, foi um dos mais expressivos jornalistas da virada para o século XX. Durante 20 anos escreveu para a imprensa, seja em pequenos jornais, grandes folhas ou revistas, sempre mostrando um texto marcante e moderno. Em milhares de crônicas, o ourives das palavras mostrou-se também um escritor de notícias.

Olavo Bilac viajava muito, mas sempre que regressava ao Brasil havia festa na Colombo. Ele dizia, aliás, que só se sentia mesmo no Brasil, quando por aqui pisava na Colombo. Por lá chegava às 5 da tarde - O poeta era tão pontual para os diários chás da cinco que os funcionários sempre acertavam os relógios da casa assim que ele chegava. - e preferia uma cadeirinha no canto esquerdo do salão térreo, quando " tomava cajuadas ou inundava-se de Caxambu", segundo o amigo Bastos Tigre.

Da população em geral, entretanto, Olavo Bilac tinha os aplausos, sendo mesmo uma celebridade da Belle Époque. A chegada do poeta parava a confeitaria Colombo, onde era idolatrado. 

Eram tempos em que venerava-se o Barão do Rio Branco; aplaudia-se Rui Barbosa; amava-se Olavo Bilac.



Na festa da Colombo, em 1955, quando houve o centenário de nascimento de Olavo Bilac, este foi homenageado com uma placa comemorativa na entrada da casa.
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No Passeio Público, há um busto em bronze e granito de Petrópolis, de Olavo Bilac, feito pelo artista Humberto Cozzo.

Olavo Bilac faleceu aos 53 anos. Dois anos antes se encontrou, em uma mesa da Colombo, com Carlos Maul Lima Barreto, amigos da roda, para dali partirem até o cartório do tabelião que lavrou seu testamento. Solteiro, sem herdeiros, Bilac deixou 300 mil réis de vencimentos como Inspetor aposentado, para sua irmã Cora.





Olavo Bilac foi nosso vizinho ilustre de Botafogo, à Rua Rua Barão de Itambi, 35, terreno onde hoje existe o novo prédio da Fundação Getúlio Vargas.













Bilac em seu escritório e nas escadas à porta de sua casa

Uma curiosidade

Martins Fontes, com muita graça e no seu estilo tão próprio, relata no livro Colar Partido um caso curioso, que teve a participação de Bilac e seus companheiros.

"Bilac tinha o gênio da pilhéria. Uma vez fomos à sua casa numa das nossas visitas literárias. Resolvemos fazer-lhe uma farsa e tomamos ares circunspectos. Bilac recebeu-nos sem saber do que se tratava, mas porque tinha o dom divinatório, friamente, interrogou: 

– De que se trata, meus caros senhores?
Goulart de Andrade então lhe disse: 
– Caro chefe, o nosso partido vem oferecer-lhe a presidência da República, para salvarmos a pátria.
 Bilac aceitou o posto de sacrifício. E começamos os trabalhos para a organização do ministério. 
A equipe era só de intelectuais:

Coelho Neto – Ministério da Marinha
Thomas Lopes – Ministério das Relações Exteriores
Raymundo Correia – Ministério da Justiça
Goulart de Andrade – Ministério da Aviação
Alberto de Oliveira – Ministério da Agricultura
Luís Delfino – Ministério das Finanças
Gregório Fonseca – Ministério da Guerra
Marcolino Fagundes & Guimarães Passos - Secretários do Presidente
Martins Fontes – Saúde Pública
Leal de Souza – Chefatura de Polícia
Annibal Theophilo – Central do Brasil
Augusto Maia – Instrução Pública
Nélson Líbero – Banco do Brasil
Alcides Maya – Biblioteca Nacional
Henrique de Holanda – Introdutor Diplomático 
Bastos Tigre – Instituto Nacional de Música "

domingo, 17 de setembro de 2017

JOSÉ LINS DO REGO


  . Rua General Garzon,  10  - Jardim Botânico  

Imagem relacionadaFrequentador assíduo da Confeitaria Colombo, José Lins do Rego ( 1901-1957) é considerado um dos maiores ficcionistas da língua portuguesa e mestre do regionalismo. O escritor assim se descrevia:
“Não gosto de trabalhar, não fumo, durmo com muitos sonos, e já escrevi 11 romances. Se chove, tenho saudade do sol, se faz calor, tenho saudade da chuva. Tenho os poderes de Deus, e fui devoto de Nossa Senhora da Conceição. Enfim, literato da cabeça aos pés, amigo dos meus amigos e capaz de tudo se me pisarem nos calos. Perco então a cabeça e fico ridículo. Afinal de contas, sou um homem como os outros e Deus permita que assim continue”.
José Lins do Rego Cavalcanti era filho de fazendeiros e foi criado pelo avô em um engenho de açúcar no interior da Paraíba. Romancista da decadência dos senhores de engenho, sua obra baseia-se em memórias e reminiscências e descreve um sistema econômico de origem patriarcal, abordando também outros temas da cultura nordestina como o cangaço e o misticismo do povo.

Casa do Engenho do Corredor, Pilar- Paraíba.
Local de 
nascimento de José Lins do Rego. 


Em 1912, publicou seu primeiro artigo em um jornal de João Pessoa, e, em 1920, já estudante de direito em Recife, passou a assinar uma coluna literária no jornal “Diário do Estado da Paraíba”. Seu primeiro livro, publicado em 1932 e custeado com recursos próprios, foi “Menino do Engenho”, que recebeu o Prêmio da Fundação Graça Aranha e tornou-se um grande sucesso.

Nascido no Engenho Corredor, no município de Pilar, em 1901, formou-se advogado no Recife, trabalhou em Manhuaçu, MG, como promotor público, em Maceió, como fiscal de bancos, até ser nomeado fiscal de consumo, em 1935, e ser transferido para o Rio de Janeiro, onde foi nosso vizinho ilustre em dois bairros: Botafogo e Jardim Botânico. Residiu primeiro na Rua Álvaro Chaves, em Botafogo. E, depois, por muitos anos no Jardim Botânico, meio Lagoa, em uma casa construída pela família, na Rua General Garzon, 10, que é tema do livro “Garzon 10 e outras histórias” de autoria de sua filha, a embaixatriz Maria Christina Veras, e onde funcionou por muitos anos a Escola do Pão.



desenho da fachada da casa da General Garzon,
quando era residência de José Lins do Rego



 casa da General Garzon, nos últimos tempos,
como Escola do Pão, antes da demolição


A casa era tratada como uma extensão do latifúndio do avô, no qual fora criado no Nordeste. Uma parte dos móveis vieram de lá. Duas cadeiras, mesa e um sofá e na cozinha, na falta de um relógio de parede, posava um Patek Philip de bolso em ouro que também ficara de herança. Uma casa do tempo em que as casas tinham galinheiros e os cavalos do Jockey passeavam tranquilamente pelas ruas.
A partir da publicação de seu segundo livro, “Doidinho”, o escritor foi contratado pela Editora José Olympio e passou a publicar um romance por ano: “Banguê”, em 34, “O Moleque Ricardo”, em 35, “Usina”, em 36, “”Pureza”, em 37, “Pedra Bonita”, em 38, e “”Riacho Doce”, em 1939, tema de uma minissérie da TV. “Histórias da Velha Totonha”, ilustrado pelo famoso artista plástico Santa Rosa, foi seu único livro destinado ao público infantil.

Destacou-se como cronista, tendo assinado mais de mil e quinhentas crônicas, entre 1945 e 1957. Em sua coluna “Conversa de Lotação”, publicada em O Jornal, da cadeia dos Diários Associados, tratava tanto sobre a cidade quanto sobre os filmes que assistia nos cinemas.

Já em sua coluna do Jornal dos Sports, “Esporte e Vida”, falava sobre futebol, tema que galvanizava o então Distrito Federal.


Jose Lins do Rego e Zizinho


José Lins do Rego foi responsável por fomentar esta discussão diária sobre futebol,
 com a criação de uma confraria de torcedores do Flamengo,
chamada Dragões Negros.

José Lins do Rego Flamengo - Pesquisa Google
José Lins do Rego e o "manto sagrado"

Se sua confraria literária se reunia na Livraria José Olympio, situada na Rua do Ouvidor, a confraria esportiva se reunia na Confeitaria Colombo, na Gonçalves Dias, reunindo, em uma mesa cativa, personalidades ilustres ligadas ao clube, como Ary Barroso, Fadel Fadel, Gilberto Cardoso.


Eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 1956, viu sua obra traduzida para outros idiomas, adaptada para o teatro, para o cinema e para a TV, e tornou-se um escritor de grande prestígio. “Fogo Morto” - publicado em 1943 é considerado sua obra-prima e “Cangaceiros”, publicado em 1953 e ilustrado por gravuras de Cândido Portinari, foi seu último romance, enquanto “Meus Verdes Anos”, um livro de memórias, foi sua derradeira obra, publicado em 1956, um ano antes de sua morte no Rio de Janeiro.








Curiosidade:

Em seu discurso de posse na ABL, referiu-se ao seu antecessor, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ataulfo de Paiva, como alguém que “chegou à Academia sem nunca ter gostado de um poema”. A partir desta fala, todos os seus discursos na ABL passaram a ser previamente censurados.




sábado, 9 de setembro de 2017

ELOY JOSÉ JORGE

  . Rua Aprazível, 189 - Santa Teresa  


Eloy José Jorge (1880 - 1963),  lusitano da região do Porto,  chegou sem tostão ao Brasil do início do século 20, seguindo o caminho de outros milhares de jovens portugueses de seu tempo: o comércio.

Assim, começou a trabalhar com o tio, Joaquim Borges de Meirelles - o outro fundador e sócio de Lebrão - na tradicional Confeitaria Colombo. Por lá trabalhou duro, fez de tudo um pouco. Até dormia na confeitaria, como outros empregados - sem distinção -  no andar destinado ao alojamento dos funcionários, economizou, chegou a interessado e, por fim, virou dono do negócio. Dono da Confeitaria Colombo.

Com o afastamento de Manoel Lebrão da sociedade da Colombo, em 1919, se seguiu nova formação administrativa capitaneada por outros dois portugueses: Eloy José Jorge e Antonio Ribeiro França, conhecidos como França e seu Jorge, de estilos diferentes, mas que formaram a soma perfeita de estilo que a confeitaria precisava pra expandir.

Seu Jorge, tornou-se a cabeça empresarial, imprimindo à administração o cuidado nos detalhes, a exigência em todos os segmentos e o temperamento inventivo. Foi o homem dos bastidores, que implementou novidades, lançamentos e inovações.

Assim nasceu em 1916 a Geléia de Mocotó, inicialmente fabricada para consumo apenas dos clientes, em 1919 o Creme de Arroz Colombo e outro produto de fabricação pioneira, o Leque - gaufretes - receita trazida da França por seu Jorge, o marrom glacê. Surgiram o salão de chá do segundo andar, em 1922,antes um depósito, que se tornou ponto elegante, com acesso por elevador, uma novidade à época; na década de 30 a abertura da extensão do armazém no prédio da rua 7 de Setembro, que internamente se interligava em "L" aos salões da Gonçalves Dias; nos anos 1940 o crescimento da fábrica para o complexo da Saúde.


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Foi com Eloy Jorge que se deu a caminhada da Confeitaria Colombo atrás dos novos caminhos da Zona Sul e surgiu a Confeitaria Colombo de Copacabana, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 890, inaugurada em 18 de abril de 1944. Hoje no local está uma agência do Banco do Brasil, que leva o nome da confeitaria: agência Colombo.

 Homem que percorreu uma ascensão de imigrante pobre a empresário vitorioso, Eloy José Jorge foi nosso vizinho ilustre de Santa Teresa, à rua Aprazível, 189. Sua residência é preservada até hoje pela família.


Outro legado arquitetônico que Jorge deixou à cidade, infelizmente ruiu.



O Edifício Colombo na Avenida Treze de Maio, no centro carioca,  virou entulho sob o impacto da queda do prédio vizinho, Edifício Liberdade, há 5 anos atrás, onde estava sendo realizada obra cheia de irregularidades.

Eloy mandou erguer esse prédio - uma das joias do estilo art déco no Rio, que Jorge batizou  com o nome do negócio querido: Colombo. 

O prédio de dez andares no centro do Rio, nos fundos do Theatro Municipal, foi erguido em 1938. O encarregado do projeto foi o arquiteto Paulo Santos, da empresa Pires&Santos e Cia. Segundo o Guia da Arquitetura Art Déco no Rio de Janeiro, editado pela prefeitura em 2000, o prédio combinava resquícios "de típica decoração art déco (frisos, escotilhas)" com "características modernas, como (...) predominância de vazios sobre cheios (...) restritos aos pilares estruturais e vigas (...)".

Eloy José Jorge morreu aos 83 anos,em 1963, em sua casa, quando, ainda na ativa, preparava-se para ir para o trabalho.

Curiosidade

A filial de Copacabana foi um sonho acalentado por  Eloy Jorge.

Certa vez ao passar pelo bairro viu duas casas velhas em uma esquina do bairro e, para espanto dos que o acompanhavam, decidiu, com sua objetividade, que iria comprá-las, derrubá-las e construir ali um edifício, cuja loja seria a  Confeitaria Colombo de Copacabana. Com viagem marcada, deixou orientação para a concretização do negócio. Ao voltar, nada tinha sido feito. Não tinham acreditado na sua audaciosa proposição.

Rapidamente, então retomou o negócio, concretizou a compra, demoliu as casas e deu inicio à nova Colombo.


sábado, 2 de setembro de 2017

MANOEL JOSÉ LEBRÃO



  . Rua Cândido Mendes , 86 - Glória  


Morador da Glória, bairro que o homenageou dando seu nome a uma de suas pequenas travessas, Manoel José Lebrão (1868 -1933)  foi um dos fundadores da Confeitaria Colombo, símbolo do glamour do Rio da Belle Époque e parte da história desta cidade e do Brasil.

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Há 123 anos, no dia 17 de setembro de 1894, Manoel Lebrão abria, na Rua Gonçalves Dias 32/36, as portas da confeitaria que se transformaria em um dos principais ícones cariocas. Ele foi o mentor, criador, fundador e dono da Colombo, eleita um dos 10 mais belos cafés do mundo.

Nascido no Minho, em Portugal, Lebrão chegou ao Brasil em 1881, aos 13 anos de idade, e iniciou sua trajetória profissional no ramo da pastelaria na Confeitaria Carioca, onde atuou até 1894, quando fundou a Confeitaria Colombo, em sociedade com Joaquim Borges de Meirelles. Sua decoração art nouveau compara-se ao que existe de melhor e mais representativo deste estilo na Europa: reluzentes espelhos belgas, belíssimo mobiliário em jacarandá e bancadas de mármore italiano, decoram esta confeitaria que, desde 1983, está inscrita no Patrimônio Histórico e Artístico do Rio de Janeiro.


Ainda hoje, mantendo sua tradição de bons serviços, a Confeitaria Colombo é um dos atrativos culturais e turísticos mais famosos da Cidade Maravilhosa.

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Honra da casa, a máxima o freguês tem sempre razão foi filosofia ali criada e implantada pelo velho Lebrão. Também por Lebrão a confeitaria foi a primeira a adotar uniforme para funcionários, o quilo, como medida de referência, a primeira a dar férias aos seus funcionários e percentuais dos lucros, além dos salários. Todos os avanços que pudessem melhorar seu negócio, Lebrão observava cuidadosamente. Até inovações de sabores como a omelete que leva tomate, queijo-de-minas e orégano, criação sua.
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" Pai da Roda, Papai Lebrão
era como lhe chamavam
porque esquecia dívidas,
servia doses duplas por doses simples,
ouvia a todos,
contornava discussões e brigas,
pagava o bonde,
emprestava dinheiro e
aceitava como pagamento de contas
anúncios em versos exaltando a Colombo."



Ponto de encontro de escritores, jornalistas, poetas, artistas e políticos e integrada ao cotidiano da cidade, então capital da República, a Confeitaria Colombo era considerada uma extensão da Academia Brasileira de Letras. Era a casa preferida de nomes como Olavo Bilac, Machado de Assis, José do Patrocínio, João do Rio, Chiquinha Gonzaga, Washington Luiz, Epitácio Pessoa, José Lins do Rego, Getúlio Vargas, Heitor Villa Lobos, Juscelino Kubitschek e muitos outros, servindo de palco para inúmeros debates e até mesmo decisões históricas e políticas.

Foi também espaço de recepções memoráveis a visitantes ilustres do Brasil, como o rei Alberto da Bélgica, em 1920, e a rainha Elizabeth da Inglaterra, em 1968, imortalizada na literatura e no cinema nacional, como cenário de diversos livros e filmes, e consagrada na música popular com a famosa marchinha de carnaval “Sassaricando”, sucesso de 1952, na voz da vedete Virgínia Lane, sua frequentadora assídua.

Resultado de imagem para manoel lebrãoLebrão não foi apenas o fundador da Colombo e o maior produtor de marmelos de Teresópolis, cidade onde deixou marcas profundas e é benemérito. Além da Quinta Lebrão, elegante mansão construída com as mesmas linhas de sua casa da aldeia de Sopo, em Portugal, ele foi também o responsável pela construção, naquela cidade serrana, da Escola Higino da Silveira, cujo projeto é réplica do Hospital de Cerveira.


Pelo seu valor como empresário, Manoel Lebrão recebeu diversas homenagens, tanto no Brasil como em Portugal:

- em 2001, uma estátua lhe foi erigida em Vila Nova de Cerveira, em frente ao hospital de Cerveira, na avenida que leva seu nome;

- ele também empresta seu nome à Travessa Manoel Lebrão, na Glória, bairro onde foi nosso vizinho ilustre, à Rua Cândido Mendes , 86.


e à Rua Manoel José Lebrãoem Teresópolis;

- foi um dos benfeitores do Real Gabinete Português de Leitura no RJ;

- a empresa de Lebrão foi uma das primeiras empresas a apoiar a criação da Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria, criada em 1867, e um dos maiores financiadores da Santa Casa de Misericórdia.

Quando saiu do empreendimento, Manoel Lebrão deixou a Confeitaria Colombo nas mãos de Eloy José Jorge, sobrinho de Meirelles e mais dois sócios, ex-funcionários, que tocaram o negócio adiante e ampliaram o sucesso.


sexta-feira, 1 de setembro de 2017



Neste mês o tema é a carioca
Confeitaria Colombo,
a aniversariante do dia 17 de setembro.

Lugar abençoado que contemplou duas viradas de século 
marco do comércio carioca  que se iniciou como uma fábula:

"ERA UMA VEZ DOIS PORTUGUESES:
Manoel e Joaquim..."


... e se tornou uma história de sucesso empresarial, 
intimamente ligado à vida da cidade e seus moradores.

NOSSOS VIZINHOS ILUSTRES DE SETEMBRO são
personalidades ligadas  a essa história.

Manoel José Lebrão
Eloy José Jorge
José Lins do Rego
Olavo Bilac